São Vicente Férrer, no Agreste de Pernambuco, foi uma das    primeiras cidades no interior do Estado, a receber uma sala de cinema e onde as projeções deixaram de ser mudas e passaram a ser faladas, ainda no começo do Século XX.

Na cidade, apreciadores de cinema para fins de estudo e debates e para exibição de filmes selecionados fazem parte do Cineclube Viramundo, que é uma célula do audiovisual atuante desde o ano de 2012 quando realizou seu primeiro projeto de circulação mensal de sessões de cinema seguidas de debate em áreas rurais e sem acesso à politicas culturais.

Os cineclubes são espaços democráticos, educativos, políticos, sem fins lucrativos que contribuem na formação de público, porque não só estimulam as pessoas a assistirem a obras audiovisuais, como também promovem rodas de discussões. As obras exibidas ainda colocam o espectador em contato com diferentes cinematografias, narrativas, estéticas e culturais.

O surgimento do cineclubismo faz parte da história do cinema, e aconteceu na década de 20 na França. No Brasil o primeiro cineclube nasceu em 1928, na cidade do Rio de Janeiro.

De 2013 a 2016 continuou a atuar em espaços diversos como escolas, praças públicas e locais de encontro como bares e até garagens. Em 2014 a equipe do cineclube passou a integrar a FEPEC (Federação Pernambucana de Cineclubes) e o NPED (Núcleo de Produção Engenho Digital) coletivo que agrega os agentes da sétima arte na região.

A partir de 2016, o cineclube passou a trabalhar anualmente na produção local da Mostra Canavial de Cinema. As sucessivas formações e capacitações na linguagem cinematográfica proporcionou a equipe cineclubista sair do âmbito apenas da exibição para a realização, chegando a participar de equipes de realização de cinco filmes e documentários produzidos na região.

Em 2017, o coordenador do cineclube, Kleber Camelo, que é Historiador, produtor cultural, cineclubista, fez roteiro e direção do documentário curta-metragem “O Cine São Vicente” que costura memórias, depoimentos e documentos históricos para narrar a história do antigo cinema de rua da cidade, uma das salas mais antigas do estado, fundada em 1926 funcionando até 1983.

 O filme participou de duas sessões especiais do Movimento Cine Rua PE, da Mostra de Direitos Humanos do Ministério Público de Pernambuco em 2018, de duas Edições da Mostra Cinemas do Brasil que circulou por 30 cidades do país e em Tel-Aviv (Israel) e em 2021entrou na programação da Mostra Canavial de Cinema.

Em 2018 e 2019 através do patrocínio do edital Funcultura Audiovisual, o Cineclube realizou projeto de Ocupação Cultural do prédio do antigo cinema com sessões mensais abertas e gratuitas realizadas nas ruínas da antiga sala de cinema.

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